Oi pessoal,
Vamos falar sobre a navegação noturna.
Durante a noite, fazemos turnos de 3 horas de vigia cada um. Durante estes turnos ficamos sentados na entrada da cabine, lendo um livro, observando estrelas (lindas), curtindo o mar. Nos ajuda muito o AIS, um aparelhinho muito útil, que nos avisa a presença de navios a mais de 30 milhas. Além do nome e posição nos da também a direção e velocidade que ele está. Com estes dados eh fácil colocar no computador ou em uma carta náutica e verificar se estamos em rota de colisão ou não. Se estivermos, podemos manobrar, mas preferimos chamar o navio no rádio e perguntar o que devemos fazer. Normalmente eles desviam.
Uma dessas noites, eu estava de plantão e vi que um navio (FLEBES) estava em rota que iria passar muito perto de nos. Para não acordar a tripulação, não liguei o rádio. Quando ele estava a 4 milhas de nós, liguei as luzes de posição e imediatamente, ele que vinha no rumo 45, mudou para 23 desviando da gente e após passsar a 2 milhas de distância, retornou ao rumo 45, muito legal. Para exemplificar para a tripulação, eu fotografei a tela do AIS que mostra essa mudança de rumo.
Já a noite passada, uma surpresa. De novo no meu turno, o AIS não mostrava nada, continuei lendo meu livro e de vez em quando olhava para todos os lados como de costume. De repente, um susto! Um navio que iria passar muito perto da gente e sem AIS! Nós que estávamos confiando que todo navio tinha AIS, passamos a ficar bem mais alerta depois desse “fantasma”. Por que que ele não estava com o AIS ligado? Não sabemos. Mas, para orientar a tripulação, mais uma vez fotografei o monstro que passou a 200 m da gente. Infelizmente a câmera do iPhone não se presta para fotos noturnas mas dá para ver claramente, as luzes da proa, cabine e a luz de boreste, verde. A partir de agora, todos bem mais espertos no turno.
Já estamos na latitude de Macae, no estado do Rio, mas a 1350 milhas da costa.
pos 22 22 S e 17 38 W
Velocidade 5
vento SE 12
onda 1,5 Se
singradura 130
Fui…